Mateus Davi Pinto Lucio
Empreender no Brasil
Atualizado: 25 de ago. de 2018

Quando, em 2009, resolvi empreender, um grande amigo, colega de trabalho e meu primeiro cliente, chamado Marcelo, logo disparou: “No Brasil, o empresário vive como um
bebê: a cada duas horas acorda chorando”.
Meu amigo estava, ao mesmo tempo, completamente errado e completamente certo. A carga de preocupação, de responsabilidade, de burocracias, de controvérsias trabalhistas, jurídicas e fiscais simplesmente não tem fim, quais nos fazem acordar a cada duas horas chorando, porém, por outro lado, os atingimentos de objetivos, a realização de sonhos, a gratificação de realizar um negócio honesto e vívido, os depoimentos de nossos clientes e
a consideração de nossos colaboradores, igualmente, nos fazem acordar, também a cada
duas horas, porém, sorrindo.
O legendário Machado de Assis em seu livro Memórias Póstumas de Braz Cubas conta num dado momento uma tal de teoria das botas apertadas, explicando que o prazer de finalmente descalçar um par de botas apertadas, quais te agoniaram os pés durante o dia todo, é maior do que o prazer, que na verdade é neutro, de ter passado o dia de chinelos. O
alívio da dor é prazer, mas a não-dor não é prazer. Interessante.
Freud parece seguir uma linha de pensamento parecida ao resumir uma reflexão quando se aproxima do fim da vida quando diz que “um dia, quando olhardes para trás, verás que os
teus dias mais belos foram aqueles em que lutastes”.
Eis a vida do empresário. Especialmente do empresário brasileiro. Suportar, especialmente na fase germinal, toda sorte de dificuldades, burocracias e tecnicalidades em tudo o que tenta produzir, junto as entidades reguladoras, bancos e instituições. São as botas apertadas.
Mas que alívio não é, e por conseguinte que prazer não é, no porvir, quando se começa a desfazer os nós dos cadarços que te apertam, e a descalçar as botas que te restringem, passar a conseguir, um seguido do outro, validações, certificações e avais das mesmas
entidades que um dia disseram “você não pode”.
E que alívio não é, por conseguinte que prazer não é, ver seu nome e do seu empreendimento figurando entre as entidades e instituições mais respeitadas do país,
fechando acordos com bancos, corretoras e multinacionais estrangeiras.
Nada foi simples, nada foi fácil, nada foi barato. Também não sei se concordo com o fantástico matemático Carl Friedrich Gauss, qual disse que “se meus colegas tivessem se dedicado tão continua e profundamente quanto eu, teriam chegado tão longe quanto eu cheguei”. Não sei se concordo, pois só o meu esforço talvez não fosse o suficiente. A GR Canis Majoris, no frigir dos ovos, é o resultado da combinação de esforços e do querer de todos: meus clientes, meus colaboradores, minha família. Eu sou a GR Canis Majoris, mas meus colaboradores também são a GR Canis Majoris, meus clientes são a GR Canis
Majoris, e você que está me lendo é a GR Canis Majoris.
Só podemos traduzir sonhos em realidade se alguém, em primeiro lugar, resolver sonhar.
Sim, é incrível.
Sim, está acontecendo.
Mateus Davi Pinto Lucio
GR Canis Majoris