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  • Foto do escritorMateus Davi Pinto Lucio

Por que afinal existe a carência bancária?

Atualizado: 25 de ago. de 2018



Não são novidade as peripécias bancárias para confundir os seus clientes, travestidas nas entrelinhas contratuais de todo tipo de produto que tentam oferecer. Elas funcionam em um primeiro momento, mas deixam clientes ofendidos no segundo. Não por acaso, os bancos digitais que prometem, e cumprem, tarifas zero e que não te ligam a cada duas semanas oferecendo alguma inútil capitalização qualquer estão se capilarizando e ganhando adeptos

Brasil afora.


Neste jogo de vale-tudo há uma tecnicalidade que pouco se atentam mesmo em produtos tradicionais, como fundos e CDBs, quais pegam, sem dificuldade, o cliente desprevenido.


Se eu te perguntasse por que nos fundos e CDBs quanto maiores as carências mais se pagam em juros, qual seria sua resposta? Porque os bancos conseguem trabalhar mais com o dinheiro? Para fidelizar o cliente? Porque desse modo o banco poderia usar este

capital para investimentos mais de longo prazo? Porém, não, não e não.


O pulo do gato da carência nos investimentos não está na habilitação que o banco teria em

utilizá-lo, mas no potencial resgate antecipado.


Sim, o banco te paga mais quando você deixa seu dinheiro preso porque, estatisticamente, as chances de você resgatar antecipadamente são maiores, incorrendo em taxas de antecipação que, via de regra, anulam qualquer ganho, quando não resultam em prejuízo ao correntista.


É relativamente tranquilo investir um capital sabendo que, a partir de 30 dias, poderá resgatá-lo a qualquer momento, mas quão previsível teria que ser a vida a ponto da pessoa ter segurança de investir em um fundo com carência de dois ou três anos sem possibilidade

de resgatá-lo, senão pagando taxas de antecipação acachapantes?


Em um grande universo de correntistas é simples a curva que demonstra que quanto maior a carência maiores são as chamadas por antecipação, e, portanto, é barato o incentivo que o banco faz de pagar 2% a mais sobre um índice, como o CDI, que já não rende quase

nada de qualquer maneira.


Os bancos não tomam jeito, mas tudo isso funciona de qualquer jeito, enquanto as pessoas

não derem um jeito de se educarem financeiramente. Vida que segue.


Mateus Davi Pinto Lucio

GR Canis Majoris

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